Não amo melhor
nem pior do que ninguém.

Do meu jeito amo
Ora esquisito, ora fogoso,
às vezes aflito ou ensandecido de gozo.
Já amei até com nojo.

Coisas fabulosas acontecem-me no leito.

Nem sempre de mim dependem, confesso.
O corpo do outro é que é sempre surpreendente.


O amor e o outro
(Affonso Romano de SantAnna)

Exaltação

Viver! Beber o vento e o sol!... Erguer
Ao céu os corações a palpitar!
Deus fez os nossos braços pra prender,
E a boca fez-se sangue pra beijar!
A chama, sempre rubra, ao alto, a arder!...
Asas sempre perdidas a pairar,
Mais alto para as estrelas desprender!
...A glória!... A fama!... O orgulho de criar!...
Da vida tenho o mel e tenho os travos
No lago dos meus olhos de violetas,
Nos meus beijos extáticos, pagãos!...
Trago na boca o coração dos cravos!
Boêmios, vagabundos, e poetas:
- Como eu sou vossa Irmã, ó meus Irmãos!...

terça-feira, 30 de junho de 2009

Um dia acordamos e a vida mudou.
E não é que hoje dei mais uma guinada?

Vida nova, sócio novo...

mas os projetos ainda se acumulam...

e a vida continua...

quinta-feira, 25 de junho de 2009

A REVOLTA DOS PERDIGOTOS

Peço licença, mas não resisti em colocar aqui este artigo, publicado no jornal O Globo de domingo.
O ótimo artigo do coleguinha João Ximenes Braga, em defesa da liberdade sexual, rendeu a ele um punhado de agressões pela internet.
É pena.
Aliás, o texto é ouro puro. Leia (ou releia) abaixo:

A revolta dos perdigotos

João Ximenes Braga

Homoterrorismo é a desimportância em desespero. A sexualidade é inalterável e inatingível. E quando se trata de sexualidade, só existe uma coisa no mundo que consegue ser mais desprovida de importância que a opinião pessoal: o julgamento moral. Você pode julgar quanto quiser a sexualidade alheia. Não tem importância. Você pode ser hétero e fazer a elegia dos seus amigos gays. Não tem importância. Você pode ser gay e fazer piadas maldosas sobre o comportamento “careta” dos héteros. Não tem importância. Eles não deixarão de ser o que são.
Você pode ser conservador e barrar leis no Congresso, fazer passeatas pela família, dizer que o mundo está acabando, que Deus vai punir a todos. Não tem importância, não passa do registro da fofoca, ninguém vai deixar de se deitar com quem quer. Pode até deitar escondido, ou demorar a criar coragem, mas vai deitar. Deitar e suar e trocar saliva e outros fluidos que, com sorte, ficarão na camisinha.
E você pode achar isso nojento. Mas não tem importância. Pois a sua opinião e o seu julgamento sobre a sexualidade alheia não tem importância. Porque é alheia. Se é alheia, é do outro; se é do outro, não é sua; não sendo sua, não vai mudar por sua causa.
Você pode ser deputado crente ou padre pitboy, pode ser simpatizante ou skinhead, pode ser presidente do Irã ou suplente do PTC, grandes coisas, azar o seu, a sexualidade alheia continuará a não ser da sua conta. O pessoal vai continuar deitando e suando e trocando saliva enquanto você desperdiça os seus perdigotos uivando indignação pelas esquinas.
Aí, numa desesperada tentativa de não admitir que seu julgamento moral é inútil, você joga uma bomba. Você pode até matar alguns indivíduos. Ferir outros. Emperrar a vida de muitos. Vãs tentativas de ter importância, pois não vai, jamais, impedir que o mundo gire, a lusitana rode e as pessoas se deitem com quem quiserem, como quiserem. Seu julgamento moral e sua opinião, quaisquer que sejam, serão para sempre da mais profunda desimportância.
A não ser, claro, para você mesmo. Pois como diz Tennessee Williams na voz de Chance, o protagonista de “Doce pássaro da juventude”, a grande diferença entre as pessoas neste mundo “não é entre quem é rico e pobre, bom ou mau. É entre quem tem ou teve prazer no amor e quem nunca teve prazer no amor, apenas observou, com inveja, inveja doentia”.

terça-feira, 23 de junho de 2009

TOCANDO EM FRENTE


Disse-me que não poderia mais. A noticia chegou como uma bomba. Até agora sinto o extremecer dos alicerces.


Mas aos poucos vou levantando, afinal, o mundo não pára para que eu me refaça.

Nunca desistir, esta é a meta.


Os desejos, a ansiedade e o querer, não acabam. JAMAIS!


Sigo em frente. Sem pressa. Em algum momento, Eu chego lá.


Como me sinto neste momento? Almir Sater traduziu:


"Ando devagar porque já tive pressa

Levo esse sorriso porque já chorei demais

Hoje me sinto mais forte, mais feliz quem sabe

Só levo a certeza de que muito pouco eu sei

Eu nada sei


Conhecer as manhas e as manhãs,

O sabor das massas e das maçãs,

É preciso amor pra poder pulsar,

É preciso paz pra poder sorrir,

É preciso a chuva para florir


Sinto que seguir a vida seja simplesmente

Conhecer a marcha e ir tocando em frente

Como um velho boiadeiro levando a boiada

Eu vou tocando os dias pela longa estrada eu vou

Estrada eu sou


Conhecer as manhas e as manhãs,

O sabor das massas e das maçãs,

É preciso amor pra poder pulsar,

É preciso paz pra poder seguir,

É preciso a chuva para florir


Sinto que seguir a vida seja simplesmente

Conhecer a marcha e ir tocando em frente

Cada um de nós compõe a sua história

Cada ser em si carrega o dom de ser capaz

De ser feliz


Conhecer as manhas e as manhãs

O sabor das massas e das maçãs

É preciso amor pra poder pulsar,

É preciso paz pra poder sorrir,

É preciso a chuva para florir


Ando devagar porque já tive pressa

E levo esse sorriso porque já chorei demais

Cada um de nós compõe a sua história,

Cada ser em si carrega o dom de ser capaz

De ser feliz"


(ALMIR SATER)

quinta-feira, 18 de junho de 2009

EERO/DESCULPA/APRENDER/CASTIGO


Hoje vou da máxima "para toda ação existe uma reação".

Se erra, assuma! Assumiu, agora aprenda! Aprendeu, agora não erre mais. Fique atento. Errou = castigo.

erro
er.ro(ê)
sm (der regressiva de errar) 1 Ato de errar. 2 Equívoco, engano. 3 Inexatidão. 4 Uso impróprio ou indevido. 5 Apartamento da honestidade ou da justiça. 6 Desregramento, mau comportamento. 7 Conceito equívoco ou juízo falso. 8 Doutrina falsa. 9 Culpa, falta. 10 Prevaricação. 11 Abuso. 12 Tip Tudo o que não confere com o original.

desculpa
des.cul.pa
sf (des+culpa) 1 Ação de desculpar ou de se desculpar. 2 Alegação atenuante ou justificativa de culpa. 3 Absolvição, exoneração. 4 Escusa. 5 Evasiva. 6 Pretexto. 7 Indulgência, perdão. Var: desculpação. Desculpa de mau pagador: desculpa inadmissível ou incrível.

aprender
a.pren.der(lat apprehendere)
vtd, vti e vint Ficar sabendo, reter na memória, tomar conhecimento de: Em pouco tempo, aprendeu vários idiomas, tendo aprendido com sua mulher o alemão e o inglês. No trato da jurisprudência, aprendeu a arte de burlar as leis. Pela dor aprendeu o que é o mundo. Sempre receou aprender demais. A. à sua custa: aprender por experiência própria.


castigo
cas.ti.go
sm (der regressiva de castigar) 1 Sofrimento corporal ou moral infligido a um culpado. 2 Pena, punição. 3 Importunação, mortificação, ralação. 4 Admoestação. 5 Emenda, escarmento. 6 Taur Ato de meter os ferros no touro. 7 Chicote para castigar cavalos. Antôn, acepções 1 e 2: prêmio, recompensa.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

LIBERDADE


estava pensando sobre liberdade e nos diferentes significados apresentados. e aprendi, que aquela pessoa que se entrega a outrém é verdadeiramente livre. apesar de contraditório, é a mais pura verdade.


se liberdade é "Poder de exercer livremente a sua vontade", qual não é a vontade de querer ser completamente de alguém?


"individual: liberdade que cada um tem de não ser tolhido no exercício das suas faculdades ou dos seus direitos, exceto nos casos em que a lei o determina. L. natural: capacidade ou direito que o homem tem de empregar como entender as suas faculdades e a sua aptidão"



somos livres de querer ser conduzidos, protegidos, guiados.


a conclusão? entrega completa, esta sim, é a verdadeira definição de liberdade.



liberdade

li.ber.da.de


sf (lat libertate) 1 Estado de pessoa livre e isenta de restrição externa ou coação física ou moral. 2 Poder de exercer livremente a sua vontade. 3 Condição de não ser sujeito, como indivíduo ou comunidade, a controle ou arbitrariedades políticas estrangeiras. 4 Condição do ser que não vive em cativeiro. 5 Condição de pessoa não sujeita a escravidão ou servidão. 6 Dir Isenção de todas as restrições, exceto as prescritas pelos direitos legais de outrem. 7 Independência, autonomia. 8 Ousadia. 9 Permissão. 10 Imunidade. sf pl 1 Regalias, franquias, imunidades, privilégios concedidos aos cidadãos pela constituição do país ou de que goza um país, uma divisão dele, uma instituição etc. 2 Maneira de proceder não sancionada pelas convenções sociais ou pelo decoro. 3 Familiaridade importuna; atrevimento, confiança: Tomar liberdades com alguém. L. civil: poder de praticar tudo o que não é proibido por lei. L. de associação: direito que todos os cidadãos têm de empregar em comum os seus esforços para um fim lícito. L. de comércio e indústria: faculdade concedida a todo cidadão de fundar e explorar um estabelecimento comercial ou industrial, a coberto de monopólios; livre câmbio. L. de consciência: liberdade de adotar, exercer ou preconizar as opiniões religiosas julgadas verdadeiras. L. de ensino: a que é garantida pelas leis constitucionais, sem que o Estado interfira nem na matéria, nem nos métodos de ensino. L. de imprensa: direito de imprimir sem prévia censura, necessariamente restrito para proteger a honra pessoal, assim como em defesa da segurança e da ordem pública. L. de pensamento: direito que cada um tem de manifestar as suas opiniões políticas e religiosas. L. de religião: direito que tem todo o indivíduo ou confissão religiosa de aceitar ou professar um credo religioso e exercer pública e livremente o seu culto, uma vez que aceite e cumpra as exigências do direito comum, da ordem pública e dos bons costumes. L. de reunião: direito de se congregarem espontaneamente várias pessoas, em caráter público ou particular, para discutirem e resolverem em conjunto sobre determinado assunto que não se oponha aos bons costumes ou à segurança ou tranqüilidade da sociedade. L. de trabalho: direito que proíbe constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a exercer ou não arte, ofício, profissão ou indústria, a trabalhar ou não durante certo período ou determinados dias. L. dos mares: direito que têm os navios de todas as nações de navegarem livremente por todos os mares. L. do ventre: liberdade para os filhos de escravo. L. individual: liberdade que cada um tem de não ser tolhido no exercício das suas faculdades ou dos seus direitos, exceto nos casos em que a lei o determina. L. natural: capacidade ou direito que o homem tem de empregar como entender as suas faculdades e a sua aptidão. L. poética: emprego de figuras, inversões, tropos etc. permitidos na linguagem metrificada. L. política: o exercício dos direitos políticos assegurados na constituição política do Estado. L. profissional: faculdade dispensada a todo e qualquer indivíduo, no uso e gozo de seus direitos, de aplicar-se ou dedicar-se a qualquer gênero de trabalho ou profissão, intelectual, comercial ou industrial, independentemente de autorização do governo, salvo as restrições que a lei impõe ou estabelece. Liberdade, Igualdade, Fraternidade: lema da Revolução Francesa (1793), posteriormente adotado pela maçonaria e por muitas democracias. (http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-portugues&palavra=liberdade)


sexta-feira, 5 de junho de 2009

PRIMAVERA NOS DENTES


Ontem meu SENHOR me deu uma excelente notícia. Está na hora de nos encontrar-mos. Nada certo ainda, mas, como não poderia ser diferente, já me toma conta a ansiedade.


Fiquei feliz? MUITO!


O que mais me tocou, no entanto, foi o que escreveu ao final, antes da triste despedida, que realmente me fez pensar.


SENHOR, se gostei? não SENHOR, amei. tem mais SENHOR, adorei ver que, além da inteligência já demonstrada e do bom gosto para livros, ainda tem bom senso para saber o que escrever SENHOR.


SENHOR, ainda não tive oportunidade de agradecer os presentes maravilhosos que me destes: nadia, monika e ludmila, minhas irmãs, de coração e também não vejo a hora de poder abraça-las. obrigada SENHOR da minha vida.



sigo ansiosa pelo encontro.


"Quem tem consciência para ter coragem

Quem tem a força de saber que existe

E no centro da própria engrenagem

Inventa a contra-mola que resiste

Quem não vacila mesmo derrotado

Quem já perdido nunca desespera

E envolto em tempestade decepado

Entre os dentes segura a primavera"

(Ney Matogrosso)


quarta-feira, 3 de junho de 2009


hoje meu coração doí

minha mente turbilha

meus olhos sagram.


minhas palavras machucam

minhas ideias atormentam

minha idiotice é gritante


não sei o que fazer

não sei o que querer

não sei o que dizer


simplesmente não sei.

terça-feira, 2 de junho de 2009

MEDO/ANGUASTIA/AFLIÇÃO


medo.
angustia.
aflição.

não das escolhas,
não do caminho,
não dos obstáculos.

o tempo novamente é o vilão.
não gostaria que pensaste que O desmereço
não gostaria que pensaste que O desprezo
não gostaria que pensastes que brinco.

apenas peço, com toda humildade, que compreendas.
pode ser que hoje o tempo atrapalhe,
mas as lutas diárias contra ele está sendo travada.

sairei vencedora?
somente o tempo mesmo, meu adversário dirá.
Terás paciência?
é o que desejo todo tempo.